
We are searching data for your request:
Upon completion, a link will appear to access the found materials.
Ambivalência de Agostinho sobre a temporalidade: suas duas contas do tempo
Gross, Charlotte (North Carolina State University)
Medieval Philosophy and Theology 8 (1999)
Abstrato
No final de sua discussão sobre o tempo no Livro 11 das Confissões (397–401), Agostinho abandona sua investigação empírica por uma oração apaixonada. Ele escreve:
Eis que minha vida é uma dispersão e uma distração. Estive fragmentado em tempos, cuja ordem não conheço; e meus pensamentos e as vísceras mais íntimas de minha alma são dilacerados por uma mudança tumultuada; até o dia em que juntamente fluirá para dentro de ti, purificado e fundido pelo fogo do teu amor (Conf. 11.29).
Como esta passagem sugere, a atitude de Agostinho em relação ao tempo é profundamente ambivalente. Por outro lado, o tempo espalha e distrai a alma que pretende ir para a eternidade, de forma que ela perde de vista o verdadeiro Ser e se afasta de Deus. Trabalhando na tradição neoplatônica, Agostinho associa o tempo a tudo o que não é, no sentido mais amplo da palavra: à impermanência, mutabilidade, materialidade e, mesmo, por certo deslize, ao pecado
Filosofia e teologia medievais